segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Queria poder te provar que tudo o que eu digo, e também tudo aquilo que não digo, é verdade. Eu queria poder cuidar de você quando você mais precisa e também me orgulhar de quando você fizer algo bom, bonito. Eu não sei dos seus pensamentos, não sei como é sentir o seu toque, não sei como é ouvir sua voz sussurrando um segredo ao meu ouvido, a única coisa de que tenho certeza nessa vida é que você é a pessoa que me mantém viva, mesmo sem saber. Você é a pessoa que me mantém respirando, você é a pessoa que faz com que eu acredite que sempre vai haver uma saída, cedo ou tarde, não importa o que aconteça. Se é que realmente existe essa coisa que chamam de destino, então você é o meu.
Talvez eu possa sair hoje e não voltar mais. Ninguém sabe o dia de amanhã. Talvez eu vá para o colégio e nunca mais volte para a casa. E eu não posso fazer nada para impedir. Porque eu não sei o que é que o futuro reserva pra mim. Por isso, agora é a hora para dar valor à quem nos ama e realmente se preocupa conosco. É hora de agradecer, até mesmo pelos sofrimentos, porque se você está sofrendo, é uma prova de que está vivo. Por isso, obrigado meu Deus, por mais um dia de vida.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso. A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão.
Caio Fernando de Abreu
Chorei duas horas seguidas, deitei na cama e contei pro meu travesseiro coisas que ninguém sabe, coisas que ninguém entende, angustias que custam a ir embora. As vezes meu chão se abre, e no escuro eu não consigo me acostumar, e fico ali, procurando uma luz, um motivo pra poder sorrir. É engraçado perceber o quanto é estranho estar em casa, eu sou tão feliz, na rua, na escola, mais quando chego em casa é como se fosse outra pessoa, totalmente diferente da menininha engraçada e bobinha da escola. O que eu sinto, e só eu sei definir é uma carência, uma falta, um vazio de alguma coisa, alguma coisa que eu não sei definir, alguma coisa confusa, porque na verdade eu tenho tudo o que eu preciso pra ser feliz. Na verdade, depois de alguns minutos me olhei pro espelho, e foi como se eu levasse um choque, eu fiz uma descoberta, eu estava olhando pra única pessoa, que era capaz de me fazer feliz.